Conheça Santiago do Chile – Dicas do que fazer

Sempre quis conhecer a neve e finalmente em setembro de 2016 realizei esse sonho! Decidi que mesmo se não tivesse ninguém pra ir comigo iria sozinha com a Hilary, mas a família resolveu aproveitar o aniversário da minha mãe que é no começo de setembro para fazermos uma viagem juntos. No dia 03 de setembro embarcamos rumo a Santiago do Chile!

*Muitas pessoas me perguntam como viajo com a Hilary de avião, ônibus, ela vai sempre deitadinha no meu pé, mais tranquilo do que viajar com criança! Em outra viagem posto foto dentro do avião.

Ficamos hospedados em um apartamento no bairro Santa Lucia, El Arenal Housing, ótima localização, próximo de mercados, comércios, Cierro Santa Lucia, feirinha de artesanatos e bem pertinho da estação de metrô Santa Lucia.

 

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Em todas as nossas viagens sempre gostamos de fazer quase tudo a pé para conhecer bem a cidade e assim o fizemos. Já no início de nosso passeio reparei na falta de acessibilidade nos metrôs pois precisamos atravessar por dentro da estação para chegar no centro e não possuía elevadores, o que dificulta para deficiente físico (meu pai sofreu acidente de moto dias antes da viagem e estava usando muletas e dias de maiores caminhadas cadeira de rodas), tivemos bastante dificuldades nas estações.

Como não é diferente do que acontece no Brasil, a Hilary chamou a atenção das pessoas,  queriam fazer carinho e comentavam dela, a diferença é que eu não sabia explicar direito em espanhol porquê não podiam interagir com ela..rs.

Chegou a hora de almoçar, e agora, onde vamos? Na Plaza de Armas encontramos uma brasileira que mora em Santiago e nos recomendou um restaurante italiano, maaaas, minha irmã queria comer algo típico do Chile, e lá fomos nós na onda dela. Após uma longa caminhada e tentativa de alguns restaurantes encontramos um que ela olhou e achou que seria bom. Tivemos problemas para entrar com a Hilary, diziam que não podia entrar cachorro, expliquei ser cão-guia, só aceitaram a entrada dela após eu ter mostrado a lei onde cão-guia tem entrada livre em qualquer lugar, mas nos colocaram em um cantinho, na saída de emergência, absurdo, mas por ser outro idioma não quisemos discutir. Hora de escolher o prato, decidiram escolher um com variedades de carnes (é bem caro pra comer no Chile, pedimos 1 prato que serve 3 pessoas e dividimos em 6, pobreza…kkkkk). E chegou o tão esperado prato, 2 variedades de carne, frango e linguiça, ah, a batata frita que acompanhava era uma delícia (o Chile possui mais de 200 tipos de batata). Na hora da partilha, tinha uma carne que estava meio dura, minha mãe com dificuldade de cortar, minha irmã cortou e eu não quis o pedaço dessa carne, pensei, se está dura terei dificuldades de cortar, nem vou comer, minha sorte! Ninguém descobriu que carne era, quando o garçom foi recolher o prato perguntamos que carne era e era coração de boi!!!! Ecaaaaaa.

De lá fomos ao Cierro Santa Lucia, Hilary adorou subir aquele morrinho, me puxava toda feliz e eu quase morrendo! A vista lá do alto é bonita, dá pra ver a Cordilheira dos Andes cheia de neve, altas fotinhos. Tinha cachorro brincando por lá, mas fiquei com medo de soltar a Hilary porque tinha uma criança brincando com bola e ela adora!

Segundo dia, o passeio mal começou e eu levei mordida de um cachorro de rua, parecia ser pit bull. A Hilary empacou e não queria andar por causa do cachorro, me disseram que ele estava tranquilo, puxei ela para andarmos e quando dei as costas ele me mordeu, dos males o menor, ainda bem que foi eu e não a Hilary, pois as consequências se tivesse sido ela seriam maiores. Foram quase 5hs de espera para tomar a vacina anti-rábica. Achei o hospital público lá pior que o nosso.

Perdemos bastante tempo de passeio e lá fomos nós correndo tentar andar de funicular no Cierro San Cristóvan, fomos do hospital até quase lá a pé! Uma longa caminhada. Acabamos passando pela famosa Puente Pío Nono, conhecida como ponte de Los Enamorados, possui vários cadeados presos na ponte, dela se vê o rio Mapocho.

Quando estávamos quase perto paramos para perguntar onde era e nos disseram que estava fechado, que não abre de segunda-feira (descobrimos no sábado que estava aberto neste dia, que raiva!), frustrados fomos andar pelo bairro Bella Vista e paramos em um lugar pra comer as famosas empanadas, mais uma decepção, não eram empanadas, pareciam mini pastéis assados, mais uma furada que foi sugestão da minha irmã.

Como já era quase final de tarde e tínhamos perdido o dia praticamente, resolvemos ir no Sky Costanera (o melhor horário para visitar é final de tarde, por volta de 19hs, para ver o pôr do sol), de lá conseguimos ver Santiago do alto. Como era longe fomos de metrô (estação Tobalaba), horário de pico, metrô lotado, na hora de entrar meu pai ficou preso na porta e meus irmãos do lado de fora, tinha entrado só eu, Hilary e minha mãe, fiquei tentando puxar meu pai mas não estava conseguindo, quando alguém ajudou a abrir a porta e ficou segurando até todos entrarem, cômico se não fosse trágico…kkkkkkkk. Pelo menos o dia finalizou com um pôr-do-sol lindo!

Terceiro dia de passeio, fomos a Cajon del Maipo, passeio lindo que vale muito a pena! Na subida passamos por 2 cachoeiras, 1 congelada e na outra paramos para tirar fotos e beber água, uma delícia! Super gelada e até a Hilary tomou um poquinho da água da Cordilheira dos Andes (a água no Chile não é muito boa, por isso nos deliciamos na cachoeira…rs).

 Fomos até Baños Morales, que fica mais abaixo, as águas não estavam quentes o suficiente (por volta de 20 graus) para encarar o frio de fora e ainda era pago, não curtimos muito e fomos tentar ir para Baños Colina (como era inverno estava fechada, fica mais no alto), é um lugar com piscinas naturais bem quentes, dizem que a paisagem do alto é linda, é gratuito para se banhar nas piscinas. Tinha uma barreira e só conseguia passar carro 4×4, mas no caminho encontramos uma parte com neve, onde o guia estacionou a van e descemos para ter nosso primeiro contato na neve. A Hilary AMOU!!! Ela correu que nem uma louca, ficava pulando, comendo gelo, enfiava o fossinho na neve, achou uma pedra para brincar de bolinha, foi a coisa mais linda de se ver (confesso que não vi lá muita coisa, só escutava o barulho dela na neve…rs).

 

 Brincamos de esqui bunda com uma ecobag (“nóis é pobre mas é feliz”), foi super divertido!!!

Depois de brincarmos muito na neve fomos a Embalse El Yeso, um lago represado na Cordilheira dos Andes a uma altitude de 2500 metros, o lugar é um paraíso! A água super azul e límpida, tinha pessoas fazendo churrasco lá, Hilary encontrou alguns restos de carne no meio das pedras. Desci as pedras até o lago, 2 pessoas me auxiliando na descida, por segurança deixei a Hilary com meu pai (ela já tinha descido com o guia para beber um pouco de água do lago), quando coloquei a mão na água, MEGA gelada!!! O guia falou que possui peixes no lago, Salmão e outro peixe que não me recordo. Hilary ficou doida lá em cima me vendo embaixo, tadinha, ficou chorando, mas do jeito que ela gosta de água era perigo ela querer dar um mergulho..rs. Após milhões de fotos retornamos para van e começou nosso retorno a Santiago.

No quarto e quinto dia ficamos em El Colorado, o apartamento que alugamos era uma graça, Ski Apartment, tinha uma vista incrível, vimos um pôr-do-sol maravilhoso, com a Cordilheira cheia de neve ao fundo.

Na estação de ski de El Colorado a Hilary se divertiu mais um pouco. Eu estava fazendo um boneco de neve relativamente grandinho e quando coloquei a parte maior dele no chão a bonita da Hilary deu só uma bocada que destruiu todo ele. Acabei fazendo outro menorzinho depois.

 Como não tinha como me divertir esquiando quis fazer o passeio de teleférico, na bilheteria convenci o atendente a me dar um desconto, já que eu não veria a paisagem, e conseguimos duas entradas pelo preço de uma, lá fui eu com minha mãe! Acho que avisaram os funcionários que eu era deficiente visual, pois tanto na subida como na descida tinha gente esperando para me auxiliar. Como eram cadeirinhas não tinha como a Hilary ir junto e ela ficou com meu pai.

Não consegui ver a paisagem, mas a sensação de estar lá em cima, sabendo que tinha um monte de neve abaixo de mim, ouvindo as pessoas esquiando, minha mãe fez algumas audiodescrições, foi bem gostoso! E fotinhos do alto…

 Não aluguei equipamento de ski, mas como minha cunhada calça o mesmo que eu ela me deixou esquiar um pouquinho pra ver como era, e nessa minha aventura mobilizei 4 pessoas, meus irmãos, cunhada e um instrutor que foi ajudar depois de algumas tentativas de descidas meio tortas (acho que ele ficou com dó deles), a primeira descida atropelei um banco, a segunda quase atropelei a Hilary que inventou de querer ir perto de mim, depois das 2 descidas meio fracassadas consegui fazer uma descidinha mais ou menos…kkkkk. Minha vontade era de fazer uma bela descida, mas como tinha outras pessoas esquiando, bancos no meio do caminho resolvi não arriscar, devolvi o equipamento para minha cunhada e irmãos poderem aproveitar mais. Apesar da descida ter sido bem pequena, foi uma sensação muito boa! Mas subir com o esqui no pé é bem difícil e cansativo.

E vamos ao quinto dia de passeio, Val Paraiso e Viña del Mar. Val Paraiso não é muito bonito, tem um porto antigo, almoçamos por lá, como não é cidade turística os preços saem mais em conta.

 Em Viña del Mar, atravessando a rua a caminho da sorveteria, o trânsito estava parado e um cara, que estava com o carro parado, começou a andar quando passávamos na frente dele, quase atropela a gente, atropelaria a Hilary primeiro, pois ela estava do lado do carro, quando minha irmã começou a bater no carro, reclamar, ele nem ai, fazendo não com a cabeça, meu pai ficou nervoso e começou a gritar “Hola! Hola!”, mas querendo dizer “Olha”, tipo, “Olha, não está vendo?”, mas em idioma diferente só saia “Hola! Hola!” e levantava a muleta….kkkkkk. Mas após o susto nos deliciamos na sorveteria Bravissimo, bem gostosa (sou apaixonada por sorvete!).

 Fomos a praia, colocamos o pé no Oceano Pacífico, água extremamente gelada. Soltei a Hilary para ela se divertir um pouco, correu como doida, encontrou um galho pra brincar de jogar e assim corria de um lado pro outro e eu tensa com medo de ela inventar de entrar no mar, mas ainda bem que no primeiro “Não” ela não foi mais perto.

 Vimos o pôr-do-sol, maravilha da natureza, minha família viu uma família de focas dentro da água, nesses momentos fico triste por não conseguir ver, mas ainda bem que nossa imaginação é mais apurada e na minha imaginação lá estavam as cabecinhas das focas no mar!

 Ao chegar a noite em Santiago fomos comemorar o aniversário da minha mãe, cansados, mas era a última noite dos meus irmãos no Chile e tínhamos que aproveitar. Pegamos um taxi até Bella Vista, após ver vários restaurantes minha mãe escolheu um mexicano, apesar de ser mexicano a noite só serviam lanches e porções, pedimos um sanduiche cada um, enorme, meu pão veio queimado e a carne mega grossa, outra furada de refeição, o que valeu é que falamos que era aniversário da minha mãe e levaram uma torta holandesa com velinha em cima, chegaram cantando parabéns, super simpáticos e tiraram foto dela pra colocar no site do restaurante.

No dia seguinte fomos ver a troca dos guardas na Plaza de La Moneda, aos sábados acontece ás 11hs. Homenagearam os brasileiros tocando uma música brasileira, brasileirada vibrou!

 De lá finalmente fomos no funicular, foi ai que descobrimos que estava aberto na segunda. Diferente do Brasil não existe fila preferencial, segundo o funcionário como a maioria do público são famílias, 60% dos visitantes seriam preferencial. Eu e meu pai ficamos sentados enquanto o pessoal ficava na fila, quase 1h de espera. O funicular é um trenzinho que está em uma inclinação de 45 graus e sobe até o topo do Cierro San Cristóban, no meio do caminho faz uma parada para o pessoal que vai no zoológico, dizem que é legal, mas como tínhamos pouco tempo não paramos lá, precisa comprar um ingresso diferente. No topo é um lugar bem agradável, tem a imagem de Nossa Senhora Imaculada Conceição, tem uma capelinha e estava tocando uma música católica, me senti com uma paz muito boa, a vista do alto é linda, dá para ver toda a cidade e é mais alto que o Cierro Santa Lucia.

Saindo de lá corremos para o apartamento pois meus irmãos tinham que terminar de arrumar as coisas para voltar ao Brasil. Ficamos só eu e meus pais em Santiago, minha mãe sozinha pra cuidar de nós dois (ai coitada…rs).

Finalmente fomos almoçar no restaurante italiano mencionado no primeiro dia em Santiago, La Picola Italia, uma delícia! Pedimos um prato com diversas massas, acabamos indo almoçar lá dois dias.

Os dois últimos dias acabou sendo para compras e resolver documentação que precisava para retornar com a Hilary para o Brasil. Informação para quem vai com cão-guia ou com animal de estimação, precisa ir ao SAGE, que é o Ministério da Agricultura de lá, fica na Avenida Portalles, para pegar o Certificado Zoosanitário. Chegando até meio dia consegue que o documento fique pronto no mesmo dia, lá se paga para tirar esse documento, no Brasil é gratuito (aqui retira a documentação no Ministério da Agricultura no aeroporto de Guarulhos). Primeiro se pega um atestado de saúde com um veterinário local, precisa ser o mais detalhado possível, informar data que foi aplicado os antiparasitários internos e externos, assim como nome e lote, e conter também a data que foi aplicado a anti-rábica.

Minha visão sobre Santiago e passeios feitos, a cidade de Santiago não é muito bonita, poucos locais são acessíveis, a região de Bella Vista é boa, possui piso podotátil, a calçada é boa, rebaixada nas esquinas, mas de um modo geral não é assim, são pouquíssimas estações que possuem elevadores, os bilhetes de metrô são mais caros em horário de pico, achei isso bem ruim.

Passamos por complicações no dia de voltar, a cia aérea que compramos a passagem nos exigiu que colocasse focinheira na Hilary, coisa que ela não está acostumada a usar. Meu pai estava de cadeira de rodas e não tivemos auxilio de nenhum funcionário no aeroporto. Notamos uma mega diferença quando chegamos no Brasil, ao sair do avião já tinha um funcionário esperando para levar o meu pai, depois que pegamos a mala outro funcionário apareceu para levar o carrinho, então ficamos com 2 funcionários nos ajudando. Ah, e assim que saímos do avião, a caminho de pegar as malas tinha uma parte com banheiro para cão-guia com tapete higiênico (a Hilary não está acostumada a fazer em tapete higiênico, então para ela não resolveu, mas só de terem pensado neles foi bem legal!).

Passei vários perrengues que me fez valorizar mais a acessibilidade e atendimento no Brasil. Mas o Chile possui muitos lugares lindos e ainda tenho muito para conhecer!!!

Peguei várias dicas de passeios com a galera do Aprendiz de Viajante, Viajem na Viagem, Melhores Destinos

 

Assista ao vídeo dessa viagem no Youtube!!