Florianópolis – Reveillon 2016

Florianópolis – Reveillon 2016

Vamos começar a primeira postagem de 2017 contando como foi nossa virada de ano! O destino escolhido foi a belíssima Ilha da Magia, Floripa!!

Sempre tive muita resistência com hostel, não curtia muito pensar em dividir o quarto com pessoas estranhas, compartilhar banheiro, mesa das refeições… Mas em 2016 comecei a reavaliar sobre o assunto e dar uma chance para esse tipo de hospedagem, já que para quem viaja sozinho essa seria uma das melhores opções, principalmente para o bolso…rs.

Como inicialmente iria somente eu e um amigo para Floripa, achamos ser o ideal ficarmos em hostel, pois assim poderíamos interagir mais com outras pessoas e fazer novas amizades. No fim acabou indo mais 3 amigos comigo, todos deficientes visuais, 2 com cão-guia também!

Eu e minha amiga fomos de busão (ela não tem cão-guia). Saímos na quarta-feira a noite para chegar no dia seguinte. Foram intermináveis 15hs de viagem (o normal são 12hs). Nossa aventura começou assim que colocamos o pé na Ilha da Magia. Descendo na rodoviária não apareceu nenhum funcionário para nos auxiliar, uma outra passageira nos levou no terminal de ônibus urbano. Ao chegar no terminal ela pediu que o funcionário nos ajudasse pois éramos deficientes visuais, entramos e ele disse “não posso sair do meu posto, vocês terão que se virar para encontrar o ônibus”, respirei fundo e como não sou nada orgulhosa (#sqn), perguntei onde ficava o ônibus, realmente ia tentar me virar para encontra-lo, ele disse para irmos reto que ficava pouco depois da lanchonete, quando minha amiga interveio e ele fez a “incrível” pergunta “vocês não enxergam?”, eu com cão-guia e minha amiga com a bengala na mão… Nem vou comentar! Até que nos deixou na frente do ônibus, mas também não nos ajudou a subir com as malas. Teríamos que pegar 2 ônibus até o hostel que fica na Praia de Campeche. Chegando no centro pegamos o segundo ônibus, o fiscal pediu para o motorista entrar na rua do hostel e nos deixar na porta, ele entrou na rua e ouvimos “1020…941…”, ficaríamos no 923, “Ih, passou…”, ao invés de deixar a gente descer mais próximo e voltar a pé um pouco, ele nos levou de volta para o terminal e tivemos que pegar outro ônibus que passava lá. Descemos no ponto e as poucas pessoas que passavam por ali não conheciam o hostel, até que um rapaz nos ajudou a encontra-lo. Disseram que a placa com o nome do hostel é pequena, caso alguém se hospede lá fique atento para não passar a numeração! 🙂

Nos hospedamos no Sagui Hostel, li as avaliações sobre ele na fanpage, TripAdvisorBooking.com e eram boas. A Dani, dona do lugar, é sensacional! Um encanto de pessoa. Fomos super bem recebidos tanto pela equipe do hostel como pelos hóspedes. É um lugar onde você se sente em casa, fica totalmente a vontade. Possuem quarto feminino com banheiro privativo, 3 beliches, armários e ventilador no quarto, servem um café da manhã simples, mas satisfatório. A região e o hostel não são acessíveis, a calçada bem ruim, algumas partes nem calçada tem, dentro do hostel possui degrau em cada mudança de ambiente, o que não é bom para quem tem mobilidade reduzida. Não possuem quarto adaptado, mas soube que já hospedaram um cadeirante e deram um jeitinho para recebe-lo da melhor forma possível e tudo correu bem, ele ficou hospedado no quarto privativo. Adoramos o lugar e já estamos planejando um retorno! 😉

Todos acomodados e após o “almojanta”, fomos com um pessoal do hostel conhecer a Praia de Campeche que fica há uns 10 minutos caminhando de lá. Para chegar na praia, pelo caminho mais curto, precisa passar por uma trilha que, por causa das chuvas, fica um pedaço com lama.

A Praia do Campeche possui 3,5km de extensão, o mar é bem agitado, ondas fortes e água fria, o que favorece para a prática de surf.

Após um dia bem tenso, terminamos ele relaxando e apreciando o mar. O pessoal foi embora mais cedo e ficamos um pouco mais curtindo a praia (eu, minha amiga e outro amigo com cão-guia). Hora de ir embora e vamos relembrar o caminho feito, os dois cães guiaram com perfeição!! Só para encontrar o hostel que pedimos ajuda, pois como era a primeira vez que estavam nos guiando para lá, não sabíamos se iriam encontrar.

No dia seguinte tentamos ir para Praia Matadeiro, possui esse nome porque era onde se fazia o abate de baleias, antigamente conhecida como Saco do Matadouro, mas o acesso a essa praia não é fácil, faz uma trilha onde atravessa o Rio Quinca Antonio, que começa na Lagoa do Peri e desemboca no costão do Matadeiro, disseram ter que passar por pedras e dependendo da maré, o acesso fica mais complicado, por precaução achamos melhor ficar na Praia da Armação que fica ao lado pois estávamos em 4 deficientes visuais e 1 “enxergante” (nome correto dado para quem enxerga é vidente, ainda não consegui entender o porquê de vidente…rs).

A Praia da Armação fica localizada a 25km do centro. Junto com Campeche e Pântano do Sul, forma o maior complexo pesqueiro da cidade. Possui aproximadamente 3.200m de faixa de areia clarinha e água bem fria, no dia que fomos o mar estava mais calmo e tempo um pouco fechado, mas isso não impediu que nos divertíssemos! Neste dia um amigo que mora em Floripa e também tem cão-guia nos encontrou lá, então ficamos na praia com 4 cães! =D

Como neste dia visitaria um casal de amigos (o casal mencionado no post de Curitiba), não quis que a Hilary entrasse na água, mas ao fazer uma tentativa de caminhada pela praia ela se molhou, pois como tinha pedras e a maré estava um pouco alta, ao tentar desviar das pedras ela foi mais para dentro da água e molhou toda a barriga, mas foi a maior felicidade para ela! Frustrada com a tentativa de caminhada (era pedra para os dois lados) voltamos para o guarda-sol.

Nesse dia até rolou paquera…kkkk… Fui comprar milho, eu toda lá bonita esperando meu milho com a Hilary deitada do lado esquerdo, quando um cara enconstou na barraca do meu lado direito e começou o xaveco. Papo vai, xaveco vem, ele não tinha percebido que eu era deficiente visual, como ele estava com amigos e eu também, falou para juntarmos a galera, mostrei onde estávamos sentados e ao sair ele viu a Hilary, questionou como eu estava com um cachorro em um hostel e disse que era cão-guia, segundos de silêncio e já aproveitei para me despedir dizendo “Passa lá”, e como imaginado, não passou. Ele quem saiu perdendo, eu não perdi foi nada!! Kkkkk.

Pegamos um mega trânsito para ir embora, pensem, na volta estávamos em 6 pessoas e 4 cães dentro do carro!

Quando fui para Curitiba em 2015, conheci um casal que mora em Florianópolis e combinamos de nos encontrar, me buscaram no hostel e nos receberam em sua casa com um jantar maravilhoso! Foi muito bom revê-los, mesmo sendo por uma noite!

Na foto aparece minha amiga, eu, sobrinha e cunhada dela, Hilary está sentadinha, estamos dentro do apartamento dela

Último dia do ano resolvemos ficar por Campeche. A parte da praia mais próxima do hostel é bem tranquila, sem movimento ao redor e resolvemos ir em busca do agito. Foi a primeira vez que a Hilary me guiou na praia, como ela AMA água, sempre tive receio de que ela não guiasse bem, se distraindo com o mar. Mas neste dia não tinha escolha, estávamos em 3 deficientes visuais. Por mais que em alguns momentos ela tentasse puxar para água, nos guiou brilhantemente (eu e minha amiga)!

Após longa caminhada encontramos um restaurante onde comemos e depois fomos para mais perto do mar, assim, nós e os cães, poderíamos ficar mais à vontade. Tivemos todo um suporte do pessoal na praia, tanto do rapaz que trabalhava no restaurante como do rapaz que alugava o guarda-sol e até das pessoas que estavam curtindo a praia como a gente.

Foi muito gostoso!Principalmente pela sensação de termos conseguido chegar sozinhos onde queríamos, parando para perguntar algumas vezes, mas conseguimos! Hilary e o amigo se divertiram bastante na água. Para voltar o rapaz que alugava guarda-sol nos ajudou a encontrar a trilha, como ele estava nos auxiliando deixei a Hilary solta para ir curtindo mais um pouco, ela ia nos seguindo ora pelo mar, ora pela areia!

E os trabalhos começaram! Preparação para mais um término de ano! Fizeram ceia, que por sinal estava deliciosa! Tudo feito com carinho pela galera do hostel! Como manda a tradição, tínhamos que ir para praia pular as 7 ondinhas e mais tradicional ainda, estava chovendo (acho que nunca passei uma virada de ano sem chuva), por causa disso demoramos um pouco para ir à praia e tivemos que correr!! Passamos a meia noite atoladas na lama (espero que isso signifique que teremos um ano mais do que demais!)…kkkkkkk. Sete ondinhas puladas e retornamos ao hostel para curtir a festa!!!

Escolhemos a Praia da Daniela para curtir o primeiro dia de 2017. Fica no Norte da ilha e achei uma ótima escolha! Definitivamente a praia que mais gostei das três que fomos! O mar super calmo, praticamente sem ondas, consegui entrar na água e brincar com a Hilary! O nome dessa praia foi a que me despertou mais curiosidade e fui pesquisar. Tanto o bairro como a praia se chamam Daniela em homenagem a neta do Sr. João Prudêncio de Amorim, empresário que ergueu o loteamento na região no início da década de 70. Entrei na água com minha amiga e sempre que tentávamos ir mais para o fundo a Hilary vinha atrás de mim nadando, por isso resolvi não ir com minha amiga e fiquei lá brincando com a Hilary. Cansei de esperar minha amiga e fui sentar na beirinha do mar, de repente sinto algo batendo nas minhas costas, coloco a mão e o que era? Hilary com uma boia de macarrão na boca!!! Tinham umas crianças que começaram a brincar com ela, jogavam o macarrão e bolinha para ela pegar, Hilary se divertiu horrores!!!

Como sempre digo por aqui, tudo que é bom dura pouco e mais uma viagem chegou ao final. Segunda-feira foi o dia de retornar para casa. Dei uma passadinha na praia com o pessoal que estava no hostel, não levei a Hilary para ela não se sujar. Na hora do almoço fomos somente eu e meus dois amigos que também são deficientes visuais. Saímos do hostel e pedi para Hilary encontrar o restaurante, ela apressada como sempre, saiu na frente e em um momento ela entrou em um local, mas parecia estar tudo fechado e pedi para ela sair e seguir em frente, quando pedimos ajuda e nos disseram para voltar, nos deixaram no restaurante e adivinhem só, era onde a Hilary tinha entrado!! Tudo arrumado e de volta a SP. 🙁

Apesar de algumas dificuldades enfrentadas, a viagem foi incrível! Terminei 2016 e comecei 2017 fazendo algumas das coisas que mais gosto! Viajar, encontrar amigos, fazer novos e passar por novas experiências! E que 2017 seja um ano recheado de muitas coisas boas!!!

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7 comentários sobre “Florianópolis – Reveillon 2016

  1. Que demais Mel!!! Continue sempre com essa coragem e determinação! É que 2017 seja repleto de aventuras pra vc e pra Hilary!! 🤗🤗🤗🤗

  2. 1. Nunca dê atenção para números em floripa, sempre procure por nomes, joão da silva, pedro de almeida, ônibus do paulo, e não linha 333. Fica mais fácil ! 2. Praia da Daniela, minha favorita, a mais calma, charmosa e sabia que ia gostar ; 3. Opa, fui lembrado no post, nem que seja como o amigo com mais um cão guia. kkk!

  3. Muito legal prima ! Você está se saindo muito bem como blogueira.
    Estamos te esperando em Vila Velha.
    beijos
    Betinho

  4. Mel estou adorando Ler e saber um pouco
    mais de vc e da Hilary!

  5. Que aventura!! E lógico que a Hillary ia querer ficar na água.. rs 🐶

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